A noite estava fria e úmida. Seus cabelos se movimentavam no ritmo da brisa. Do outro lado da rua, a praça central estava iluminada, porém vazia. Um ruído invadiu os pensamentos em que vagava. Um negro felino se aproximava desconfiado. Aqueles olhos profundos penetravam em seu subconsciente. Com sutileza e cuidado sua mão foi o acariciando atrás das orelhas. O animal permaneceu firme, mas logo cedeu e caiu em sua carícia. A pele humana passou a sentir vibrações que também demonstravam carinho. Sorriu. Olhou, então, ao longe... Avistou o canal, os bancos vazios, a igreja com as portas fechadas, folhas caindo das árvores, o frio perturbando um homem que dormia sob a luz do luar. O felino o distraiu com uma lambida e se integrou à escuridão da noite. De novo sozinho. Olhou fixamente para a rua molhada da chuva anterior. O relógio da praça soou. Era meia noite. O som tomou conta da região e, por alguns estantes, dominou os ruídos do vento. Deitou no chão olhando para o céu. A solidão tomou conta de suas entranhas. Apertou os lábios e fechou os olhos. Dormiu.
BiaBloom
(homenagem ao Dia do Escritor)
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